Tuesday, March 10, 2009

Tópico do Internauta: Os dois lados da moeda

Por Giane Alves

O futebol é uma paixão nacional que move milhões de pessoas das mais diversas classes, raças, idades, etc. Como em todo grupo heterogêneo, a variedade de opiniões é imensa, dando margem a todo tipo de debate.

A torcida do Cruzeiro, ou China Azul como é popularmente conhecida, representa de forma fiel essa miscelânea futebolística. Seja no Mineirão, nos bares da capital ou mesmo nos blogs da internet a torcida celeste busca expressar sua opinião, defendo com unhas e dentes seus pontos de vista.

Nessa resenha, trataremos de dois exemplares típicos da torcida estrelada: o pessimista crítico e o otimista passional. Para elucidar melhor esse texto apresentarei a vocês dois personagens que freqüentam de forma assídua o Mineirão: José Palestrino e Sebastião Raposo, dois amigos mais conhecidos como Zé Corneta e Tião Cegueta.

Zé Corneta e Tião Cegueta vão sempre juntos ao Mineirão, gostam de chegar mais cedo ao estádio para tomar uma cervejinha, comer um bom churrasco e rever os amigos. Zé sempre traja sua camisa azul de 2003, ano que segundo ele foi o último no qual a equipe celeste realmente jogou bola. Já Tião gosta de ir ao Mineirão vestindo o uniforme do ano, afinal ele sempre considera a atual equipe a melhor de todos os tempos. São grandes amigos desde a década de 70, mas basta adentrar as dependências do Mineirão para a coisa se modificar um pouco.

Exemplo claro de torcedor pessimista, Zé Corneta já xinga o time mesmo antes do apito inicial. Reclama da escalação, do técnico, do uniforme, do árbitro da torcida, do tropeiro, enfim, de tudo. Já prevê que o goleiro vai falhar, que o tambor vai estourar, que o juiz vai errar, etc. Já Tião Cegueta é o mais típico exemplar do torcedor otimista. Leva bandeira, faixa, apito, aposta com o amigo rival que caso o Cruzeiro não vença vai pagar uma rodada de cerveja para a turma do futebol. Acha absolutamente normal o atacante jogar de zagueiro, o volante atuar na lateral, o goleiro virar centro avante, etc. Ai de quem questionar alguma atitude do treinador ou sequer ameaçar vaiar um jogador, ele perde as estribeiras. Quem está certo nessa disputa?

Durante os 90 minutos de jogo, Tião e Zé se perdem no meio de milhares de corações celestes, anseiam pelo mesmo resultado: a vitória. Cada um do seu jeito, saem tristes quando a vitória não vem: Zé sempre aos berros dizendo que nunca mais volta ao estádio e Tião chorando, murmurando que da próxima vez as coisas serão diferentes. E não é que no domingo seguinte os dois estão lá de novo? No mesmo lugar, com as mesmas camisas e o seu jeito de ser tão diferente, mas certamente com uma coisa em comum: A união e a felicidade por ser Cruzeiro!

Aprenda a respeitar e a conviver com as diferenças, são elas que nos tornam únicos e especiais. As discussões sempre irão existir, é isso que torna o futebol um esporte tão apaixonante, mas o respeito e o amor pelo Cruzeiro Esporte Clube deve sempre prevalecer.

“Cruzeiro – Até no céu por ti eu vou cantar!”

Giane Alves
Fessora da escolinha do BC, Relações Públicas, Brasileira de sangue e de alma e principalmente Cruzeirense desde 1921 e desafia alguém a provar o contrário. Contraria a teoria de que futebol é coisa para homem, na verdade Futebol também é coisa de mulher!

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