Friday, March 6, 2009

Coluna Bate-Bola Virtual: Nós só perdemos para nós mesmos

Por Edu Lima

Caro Benny,
gostaria de agradecer pelo espaço que me foi cedido para falar um pouco sobre as coisas da bola. É uma alegria narrar e discutir alguns tópicos em seu Blog do Cruzeirense. Todos sabem que também sou descendente de italianos, portanto, não posso negar que tenha nascido em berço azul e branco, mesmo tendo defendido profissionalmente o arqui-rival Atlético no ano de 1991.

Mas o que passou, passou e não estou aqui para falar da minha história e sim para angariar informações dos mais ilustres torcedores celestes sobre os últimos acontecimentos ocorridos na Toca 2, além é claro, de dar o meu parecer. Particularmente, tenho a minha opinião, que fique claro que a minha maneira de enxergar o futebol foge um pouco da visão convencional de um torcedor sadio comum, se é que assim posso chamá-lo, não que a minha ótica esteja correta. Digo isso pois foram muitos anos, desde os oito de idade, vivendo os bastidores do maior esporte coletivo do país e porque não dizer do mundo, o futebol.

O que mais tenho ouvido falar nos últimos dias, é sobre a conduta do atacante Kléber. Dois jogos e duas expulsões. Sobre a punição publicada pelo diretor de futebol do clube, o que desagradou o jogador e polemizou o ambiente que na semana passada era o melhor do Brasil, devido a bela campanha que o clube faz neste começo de ano. Não sei se o amigo já ouviu a frase: "Nós só perdemos para nós mesmos". Já ouviram? Não? Pois é. Se trata de uma frase muito comum no meio da bola ou nos vestiários das equipes e se as atitudes corretas não forem tomadas, temo pelo futuro do Cruzeiro na Libertadores, pois considero a competição mais importante do ano para esse time.

Vejo o desenho das jogadas feitas pelo Kléber, analiso a sua força física, velocidade, técnica e fibra, vistas assim, reputo-as como as características mais importantes para um atleta de time grande como é o Cruzeiro. Não acho que ele seja um craque. Por outro lado, enxergamos apenas o lado externo do homem Kléber, que é de carne e osso, movido por sentimentos que têm que ser tratados, pois ainda é um garoto. Tratá-lo com carinho e não bajular, tentando descobrir que por trás da camisa, um homem como outro qualquer sujeito a erros, que quando acontecem são vistos por todos nós. Esquecemos daquilo que possa ter acontecido no berço desse rapaz e disparamos contra certas atitudes, como se nós fôssemos os perfeitos e sem mácula.

Espero e acredito que o Kléber dará grandes alegrias ao Cruzeiro, mas é necessário alimentar, coração e cérebro, para que todo seu dom possa ser usado de uma forma vitoriosa e alegre, para o bem da nação azul e de sua casa. Para que no futuro, não tenhamos mais histórias como as de Paul Gaiscone, George Best, Garrincha entre outros, que se entregaram ao vício, pois não encontraram apoio quando mais nescessitavam. No mundo do futebol, assim como na vida temos que lutar todos os dias, uma luta incensante para buscar o nosso ideal, mas temos que nos conhecer e viver em comunidade, pois só assim conheceremos a alegria plena. Quem sabe não é o momento dessa grande massa azul ajudar o artilheiro, por hora, feroz...

Não precisamos externar nossa irreverência, para mostrar a carência interior que existe dentro de cada um de nós.

Um abraço e até a próxima.

Edu Lima
(www.edulima.com.br/blog)

No comments:

Post a Comment