El Nacional (EQU) 1 X 2 Cruzeiro

Jogando no ar rarefeito, os atletas tem, a todo momento, seu preparo físico testado e colocado sob condições severas. Foi na Libertadores de 2001 que o Cruzeiro provou que nem a falta de oxigênio das cidades andinas seriam capazes de parar nosso imortal time e a tradição que temos na competição.
Naquela edição, o jogo seria entre o primeiro do grupo 4 (Cruzeiro) contra o segundo colocado do grupo 5 (El Nacional) e a primeira partida seria em Quito, cidade localizada a 2850 metros acima do nível do mar.
A equipe celeste, para evitar ao máximo os efeitos da falta de oxigênio, se hospedou em Guaiaquil e viajou para a capital equatoriana somente três horas antes do jogo. Os locais tentariam se vingar da eliminação da Copa Libertadores de 1997 passamos pelos equatorianos e caminhamos rumo ao Bicampeonato da Libertadores.
Para piorar a situação, além da altitude, o Cruzeiro teria que jogar num gramado em péssimo estado, alagado por uma chuva forte pouco antes do inicio do jogo. Com certeza esta seria mais uma batalha.
O técnico Luis Felipe Scolari armou um time defensivo tirando os armadores Jorge Wagner e Sergio Manoel colocando o experiente Ricardinho e o novato Cleber Monteiro, volantes de ofício e especialistas em defenderem mais do que armarem ou saírem para o jogo.
O Nacional começou pressionando o Cruzeiro em nossa própria metade do campo. Porém, o ímpeto equatoriano era barrado pela marcação forte dos meiocampistas celestes.
Aos poucos, e com muita raça, o time fo se soltando e começou a dominar a partida. Aos 25 minutos, surpreendendo a todos, o Cruzeiro abriu o marcador. Ricardinho cobrou falta que o goleiro Ibarra espalmou. O centroavante Oseas pegou o rebote e cruzou para Juampi marcar o primeiro tento da partida.
Depois do gol, o time continuou surpreendendo, aos 36 minutos, Oséas receberia cruzamento de Sorín e não fosse defesa milagrosa de Ibarra marcaria o segundo. O Nacional ainda teria duas boas chances no final do primeiro tempo, mas o Cruzeiro segurava a vantagem com relativa eficiência e sem sobressaltos.
Na segunda etapa todos sabiam que o jogo seria dramático, caso se confirmasse a vitória cruzeirense seria praticamente impossível o time equatoriano, sem a ajuda da altitude, vencer em Belo Horizonte, mesmo que alguns teóricos admitam que jogadores plenamente adaptados à altitude conseguem desempenho superior e fazem menos esforço físico quando atuam em altitudes menores. Este tipo de "doping" é normalmente utilizado por atletas de corrida que treinam em cidades com altitude elevada para conseguir resultados melhores quando correm a altitudes menores.
Os equatorianos então, vieram com tudo tentando virar o resultado da partida. A torcida pressionava até mais que os jogadores dentro de campo e o finalmente o Nacional marcou aproveitando uma falha do goleiro André que não cortara um cruzamento e na seqüência da jogada cometera pênalti. Herrera cobrou para empatar a partida.
A partir deste momento os equatorianos partiram com tudo em busca de mais um gol porem o meio de campo celeste continuava firme como uma rocha. O ponteiro Geovanni parecia não sentir em nada os efeitos da altitude e aos 36 minutos da etapa final mais uma vez "o iluminado" decidiu. Ao receber um lançamento de Marcos Paulo, penetrou entre os zagueiros e chutou para desempatar. Era o gol da vitória e os equatorianos não teriam mais forças para buscar novamente o empate.
O Cruzeiro batia novamente o Nacional agora na casa do adversário, o técnico Ramiro Blacutt ao final da partida praticamente jogara a toalha falando que como não venceram o Cruzeiro em casa, no mineirão a tarefa seria quase impossível.
Mais uma vez o Cruzeiro escrevera em sua gloriosa história uma vitória imortal provando que nem o ar rarefeito é capaz de parar o imortal Cruzeiro Esporte Clube quando o espírito de equipe e o desejo de vencer se fazem presentes.
Ficha Técnica
Cruzeiro 2 x 1 El Nacional-EQU
Competição - Copa Libertadores (Oitavas de Final)
Estádio Olímpico Atahualpa - Quito - EQU
Público - Não disponível / Renda - Não disponível
Árbitro - John Jairo Toro (COL)
Assistentes - Daniel Wilson (COL) e Gabriel Figueroa (COL)
Gols: Sorín aos 25' do 1º tempo; Herrera (P) aos 4' e Geovanni aos 31' do 2º tempo
Cruzeiro: André; Neném (Marcos Paulo), Luisão, Cris e Sorín; Marcos Vinícus, Ricardinho, Cléber Monteiro e Jackson; Geovanni (Alessandro) e Oséas (Marcelo Ramos). Técnico: Luis Felipe Scolari.
El Nacional (EQU): Ibarra; Coronel, Guagua, Gómez e Robert Burbano (Lara); Juan Carlos Burbano, Valencia (Preciado), Chalá e Herrera; Fernandez e Ordonez (Borja). Técnico: Ramiro Blacutt.
Cartões Amarelos: Luisão e Geovanni (CRU); Herrera, Valencia, Guagua, Chalá e Ordonez (NAC)
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